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sábado, 6 de dezembro de 2014

Imprensa esconde nomes dos tucanos envolvidos na corrpção do metrô


Nos últimos dias, só o jornal O Estado de São Paulo tem divulgado notícias sobre corrupção envolvendo políticos do PSDB no metrô em São Paulo.Ainda assim, o jornal esconde o nome do partido e dos políticos e as manchetes falam apenas em cartel. Não foi cartel. Foi roubo, que não será punido

Mais que acaso, corrupção, defeitos de projeto e obras morosas são sintomas do mal que esclerosa o sistema metroferroviário de São Paulo

Mais uma obra do metrô de São Paulo descarrilou, desta vez no trajeto do monotrilho da linha 15-prata. Nos seus trechos iniciais, da Vila Prudente a São Mateus (zona leste), ao menos três das oito novas estações tiveram a construção afetada por um córrego canalizado no local das fundações, e a obra orçada em R$ 6,4 bilhões pode atrasar.

Completo, o percurso todo, até Cidade Tiradentes, terá cerca de 25 km, mas não se sabe quando a população contará com eles; parece pouco provável que se mantenha o prazo previsto (2016).

Exatos 40 anos após a primeira linha paulistana, a malha metroviária continua constrangedoramente insuficiente para os 21 milhões de habitantes da Grande São Paulo. Seus atuais 78 km são irrisórios diante do sistema de Xangai (24 milhões de pessoas), inaugurado em 1993 e hoje com 538 km --em 2020, deverá alcançar 877 km.

As diferenças entre os países também são grandes, a começar do sistema político (a China é uma ditadura) e do crescimento econômico (10,3%, na média anual de 2003 a 2013, contra 3,5% do Brasil). Esses aspectos, porém, não esgotam a questão, que envolve ainda dificuldades financeiras do Estado.

Há muito mais a revelar por trás da lentidão do metrô, e as administrações estaduais do PSDB têm muita responsabilidade por ela.

Com Mário Covas, José Serra e Geraldo Alckmin, os tucanos estão no poder há 20 anos. Quando o primeiro assumiu, em 1995, já havia perto de 45 km de metrô. Desde então, meros 33 km foram acrescentados. Um ritmo quelônio.

Talvez parte da morosidade se explique pelo cartel que, segundo investigações em curso, foi montado em São Paulo no setor ferroviário, atrelando Metrô e Companhia Paulista de Trens Metropolitanos.

Por esse caminho, recursos desviados na compra de trens e equipamentos de multinacionais como Alstom e Siemens, de 1998 a 2008, necessariamente deixaram de ser investidos na ampliação da rede.

Há razão para alento, portanto, no encerramento do inquérito da Polícia Federal sobre esse esquema, como noticiou o jornal "O Estado de S. Paulo" na quinta-feira (4).

A PF concluiu pelo indiciamento de 33 investigados --servidores públicos, doleiros, empresários e executivos, entre os quais Mário Bandeira, atual presidente da CPTM-- por corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro, evasão de divisas, cartel e fraude em licitação. Um total de R$ 60 milhões de suas posses acabou bloqueado.

Caso se comprove a culpa e venham as condenações na Justiça, com devolução dos lucros obtidos fora dos trilhos e aplicação rigorosa das penas estabelecidas em lei, o exemplo servirá para começar a demolir um grande obstáculo ao transporte de massa em São Paulo.

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