Depoimentos reforçam suspeita contra tucano
As investigações feitas pelo Ministério Público Federal, enviadas ao STF na última sexta-feira, apontam que o ex-presidente nacional do PSDB, o ex-senador e ex-deputado Sérgio Guerra, de Pernambuco, teria recebido R$ 10 milhões, em 2010, para obstruir o funcionamento da CPI criada para investigar a Petrobras. Com base em dois depoimentos de cada um dos delatores, Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras, e o doleiro Alberto Yousseff, operador do esquema, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, entendeu que os relatos apontam, "pelo menos", para o pagamento ao líder tucano, que morreu em março de 2014.
Costa contou na sua delação que, em 2010, teve pelo menos três encontros com Guerra em dois hotéis do Rio, o Windsor e o Sheraton, na Barra da Tijuca. O assunto era um só: obstruir o funcionamento da CPI da Petrobras, instalada em julho de 2009, na qual seriam também investigadas as obras da refinaria de Abreu e Lima, instalada em Pernambuco. O ex-diretor da Petrobras disse que Guerra queria uma "compensação" para o PSDB atuar contra a CPI. O dinheiro teria sido providenciado para o tucano pelo presidente da Queiroz Galvão, empreiteira com obra na Abreu e Lima, Ildefonso Colares.
"As condutas relatadas, dentro do contexto de pagamento de vantagens indevidas no âmbito da Petrobras, apontam, pelo menos, para o recebimento de vantagem indevida por funcionário público - Sérgio Guerra -, para si ou para outrem em razão de sua função, com o auxílio de Eduardo da Fonte (PP-PE) e com recursos oriundos da empresa Queiroz Galvão" - concluiu o procurador Rodrigo Janot, na petição enviada ao ministro Teori Zavasci, relator no STF do escândalo na estatal. Eduardo da Fonte, que já foi corregedor da Câmara, responderá a inquérito sobre essa atuação.
Em seu depoimento, Alberto Yousseff confirmou as informações de Costa e chegou a incluir o nome do senador Ciro Nogueira (PP-PI), presidente do partido, como presente nos encontros. Mas o nome de Ciro foi descartado, por falta de provas suficientes.
No segundo encontro entre Costa e os dois deputados, é que Sérgio Guerra teria apresentado o valor de R$ 10 milhões. Yousseff disse que o operador Fernando Baiano é quem teria operacionalizado o pagamento ao tucano.
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