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quarta-feira, 5 de agosto de 2015

MPF já prepara denúncias contra Cunha e Collor e livra o tucano Anastasia



O Ministério Público Federal deve denunciar ainda este mês o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), por corrupção e lavagem de dinheiro supostamente desviado de um contrato entre a Samsung Heavy Industries e a Petrobras. Na denúncia, Cunha deverá ser acusado também de coação de testemunhas.

 O presidente da Câmara é suspeito de receber suborno para viabilizar os negócios da Samsung com a Petrobras. Só uma das propinas teria sido de US$ 5 milhões. Também estão praticamente prontas na Procuradoria-Geral da República pelo menos mais quatro denúncias contra políticos com direito a foro privilegiado - uma delas contra o senador Fernando Collor (PTB-AL).

O Ministério Público deverá também sugerir o arquivamento do inquérito aberto sobre o senador Antonio Anastasia (PSDB-MG), que foi acusado pelo policial Jayme Alves de Oliveira Filho, o Careca, de receber R$ 1 milhão do doleiro Alberto Youssef na campanha de 2010. Ele teria viajado a Belo Horizonte para entregar o dinheiro ao senador, a quem diz ter reconhecido tempos depois ao vê-lo na televisão.

Já as acusações contra Cunha estão ancoradas nos depoimentos de Youssef e do empresário Júlio Camargo, dois dos principais delatores da Operação Lava-Jato, e em documentos obtidos pelo MPF e pela Polícia Federal desde a abertura de inquérito sobre o caso no Supremo Tribunal Federal, em 6 de março deste ano.


Em depoimentos, Camargo disse que pagou propina de US$ 5 milhões a Cunha em troca do apoio dele a um contrato de aluguel de navios-sonda da Samsung pela Petrobras. Parte do dinheiro teria sido entregue a Cunha por Camargo. As declarações do delator confirmam acusações feitas a Cunha por Youssef em pelo menos dois depoimentos aos procuradores da Lava-Jato.

Num dos depoimentos, Youssef disse que, a pedido de Camargo, repassou R$ 5 milhões a Cunha por intermédio do lobista Fernando Soares, o Fernando Baiano, operador do PMDB na Petrobras, especialmente na diretoria internacional. Um dos pagamentos, no valor de US$ 2 milhões, teria sido feito a Fernando Baiano, em Hong Kong, por intermédio da RFY ou DGX. Youssef disse ainda que parte do pagamento foi feita no escritório que ele tinha em São Paulo.

PRESSÃO NA CÂMARA

Youssef disse ainda que Cunha usou requerimentos de informação de uma das comissões da Câmara para pressionar Camargo a retomar o pagamento das propinas. Num determinado momento, após uma divergência entre Camargo e a Samsung, os pagamentos de propina foram suspensos. Cunha teria, então, recorrido a dois deputados, um deles a ex-deputada Solange Almeida, para apresentar requerimentos de informação contra Camargo e empresas representadas por ele.

Cunha negou qualquer vínculo com o requerimento supostamente usado para pressionar Camargo. Mas documentos apreendidos na Câmara indicam que o requerimento foi elaborado num computador aberto com a senha do deputado que hoje é presidente da Câmara.

Na primeira fase da investigação, Camargo, que fez acordo de delação premiada, não falou sobre a propina e a suposta extorsão de Cunha. Mas, recentemente, mudou de ideia e entregou detalhes sobre o suposto pagamento de propina a Cunha e a outros políticos.

A revisão do depoimento de Camargo deu base à prisão do ex-ministro José Dirceu. Camargo disse que deu R$ 4 milhões em propinas ao ex-ministro. Outros trechos das delações darão base à denúncia contra Cunha. Investigadores examinam a possibilidade de denunciar Cunha também por coação de testemunhas. A acusação teria como base declarações de Youssef e de Camargo de que foram ameaçados depois de terem sustentado as acusações de suborno contra Cunha.

CARROS NÃO SERÃO DEVOLVIDOS

No caso de Fernando Collor, os elementos encontrados, na avaliação de investigadores, também são consistentes. Em documentado enviado ao Supremo, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, disse que não há razão para devolver os carros de luxo - Lamborghini, Ferrari, Bentley e Land Rover - apreendidos no mês passado na casa do senador. Janot também afirmou que o parlamentar recebeu, ao todo, R$ 26 milhões de propina no período entre 2010 e 2014.

Segundo Janot, o dinheiro saiu de contratos firmados pela BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras. De acordo com o procurador-geral, foi montado um sofisticado esquema de lavagem de dinheiro com diversos intermediários para que Collor pudesse embolsar a propina. Para isso, ele teria usado empresas das quais é sócio e assessores de seu gabinete no Senado, entre outros.

Quem são

EDUARDO CUNHA (PMDB-RJ).

É acusado de receber propinas, entre elas uma de US$ 5 milhões, para viabilizar um contrato de aluguel de navios-sonda entre a Samsung Heavy Industries e a Petrobras. Parte do dinheiro teria sido repassada a Cunha em transações entre o empresário Júlio Camargo, o doleiro Alberto Youssef e o lobista Fernando Baiano. Alguns pagamentos teriam sido feitos no exterior.

FERNANDO COLLOR (PTB-AL).

É acusado de receber pelo menos R$ 26 milhões em propinas para intermediar contratos de empresas interessadas em negócios da BR Distribuidora. É acusado também de usar uma empresa fantasma, a Água Branca, para comprar carros de luxo e lavar parte do dinheiro desviado da BR. As investigações foram reforçadas com o material apreendido pela PF em julho.

ANTONIO ANASTASIA (PSDB-MG).vai sair livre... como todos os tucanos envolvidos em corrupção

É acusado de receber R$ 1 milhão do doleiro Alberto Youssef. A acusação foi feita pelo policial Jayme Alves de Oliveira, o Careca. O policial disse que entregou o dinheiro a mando de Youssef a uma pessoa em Belo Horizonte. Mais tarde, vendo TV, descobriu que o destinatário do dinheiro era Anastasia. Mas, segundo o juiz Sérgio Moro, Youssef não confirmou a versão do policial, e por isso, as investigações não avançaram. As informações são do Correio Braziliense

1 Comentários:

Garcia disse...

Não sei porque, mas o caso Cunha me faz recordar de um certo ex-senador que vivia a atazanar a vida dos petistas através de uma certa revista e foi assim até o dia que descobriram que ele era a raposa que vigiava o galinheiro.

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